brincadeiras do Antanho
Sou já do tempo das novas tecnologias, mas tive ainda a sorte de viver uma infância normal, com negras provocadas pelas caneladas ao jogar futebol, os arranhões das quedas de bicicleta, e as unhas sujas de jogar ao berlinde. Não sendo perito em modas, verifico que actualmente o paradigma do estilo recorre a peças do passado já esquecido. É de vital importância que as brincadeiras de hoje recorram também à inspiração dos tempos antigos, de forma a evitar situações como, por exemplo, ter um filho de treze anos que iniciou a produção de um reactor nuclear cuja actividade se assemelha ao que acontece no interior do sol. Taylor Wilson um adolescente norte-americano apaixonado por radioactividade, quando tinha 10 anos, sabia todos os números atómicos, massas e pontos de fusão dos elementos da tabela periódica. Como a culpa não morre solteira, no caso deste miúdo o gosto pela energia atómica foi aguçado pelo pai. Aos 11 anos, juntos procuravam por urânio no deserto do Novo México e compravam frascos de plutónio na Internet. Ao pequeno, perdoa-se pela vontade do aprender e do conhecimento. Já ao pai, pergunto-me onde estará a parte sapiens da sua classificação taxonómica.