reis sem Coroa
José Saramago, num dos seus últimos livros, relatou a viagem de um elefante asiático que foi oferecido pelo nosso rei D. João III ao arquiduque da Áustria Maximiliano II. Na segunda feira, a comitiva tuga aterrou na Polónia transportando uma bagagem que corresponde a cerca de 12 paquidermes, iguais ao que foi retratado no livro do nosso prémio Nobel. Aos nossos reis da bola não faltará nada, não sendo por falta de apoio logístico que não vão trazer o caneco para as nossas bandas. Consegue-se compreender o que levou os responsáveis da FPF a tão grande empreitada de transporte. As dezenas de garrafas de vinho, são necessárias, quer pela qualidade do nosso néctar, quer em caso (mais que provável) de servirem para afogar as mágoas. O bacalhau é vital, pois só por cá é que se realiza a sua cura como deve ser. As balizas que foram transportadas junto com os atletas, são feitas de madeira robusta e curtida pelo clima mediterrânico, muito melhores que os frágeis postes polacos, feitos de madeira carunchosa típica do clima báltico. Tudo teve o seu motivo, para os reis disputarem a coroa da Europa, e tudo aceito e compreendo. Tudo menos uma coisa. Enquanto que nas poucas viagens que um súbdito faz através da transportadora aérea nacional, a única coisa a que tem direito é o assento, os reis tiveram honras de pastel de belém. Se na viagem de volta regressarem sem coroa, que lhes sirvam os pasteis, mas só com a massa folhada...