borrar a Pintura
A arte pode assumir-se das mais variadas formas, feitios e expressões. Os expositores de arte são livres de dar largas à imaginação dos artistas, de maneira a levar ao grande público as obras de seus autores. Os polícias devem exercer a sua actividade de forma imparcial, devendo ser os arautos zelosos do cumprimento das leis. A notícia acerca do vandalismo a que foi sujeita a pintura do presidente Jacob Zuma exposta numa galeria de Joanesburgo, mostrou de forma clara e inequívoca a falta de talento do artista, a falta de sentido de oportunidade do director da galeria, e a falta de profissionalismo da polícia. Se no caso do artista tenho que questionar de que modo o retrato do presidente, de falo de fora, se pode considerar uma forma de expressão artística, o caso de quem permitiu que o mesmo fosse exposto ainda revela menos tino, uma vez que depois de ver a "obra" ainda poderia impedir que a mesma chegasse ao público, ou pelo menos a mandasse pregar para outra paróquia. Aos dois activistas responsáveis por dar uns retoques na pintura, a polícia teve tratamento diferente, tendo ficado a porrada reservada para o membro da raça negra, fazendo por momentos que o telespectador pensasse que estava a ver uma reportagem do canal história, dos tempos do Apartheid. É óbvio, que neste episódio quem "borrou a pintura" não foram aqueles que estavam de lata de tinta na mão.